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Os actos matam as palavras doces, tão doces, e afinal és uma cobarde, não consegues, não és capaz, falta-te a força e ficam-te as lágrimas que caem sempre e sempre, porque não tens mais em ti que isso, lágrimas. Chora, que isso nada te resolve. Não é o mundo que é triste ou a vida injusta, és tu que não deixas de ser a merda que és. Desculpa, pequena criança cobarde, mas é o que sentes e que te dói mais. É falhares para quem amas por medo, depois de juras e promessas e de usares “sempre”. Não são mentiras — disseste a ti mesma que não o farias novamente, que nunca mais usarias tais coisas se não fossem aquilo que sentes no fundo, no mais profundo de ti, no pedacinho que não consegues enganar. Mas, ainda assim, cortam-te o peito com soluços. Shh, talvez seja demasiado para ti, que és tão fraca e frágil e só consegues chorar. Uma e outra vez sempre e sempre eu odeio-te e odeio-te mais e não te suporto! Não devia ser assim, não podia ser assim, mas mereces a dor e o sofrimento e mais. Oh, a culpa, pequena criança, se sabes o que ela é a rasgar-te o coração. Se sabes o quanto ela te mata a cada bocadinho, a voz que te soa em pesadelos que te tira o fôlego. Não vale a pena acordar, se é para cumprir um destino que sonhaste e que te trai a ti mesma com o que fazes. Não te faças mártir, não vale a pena, ninguém te acredita, nem tu, porque as vítimas não se sabotam a si mesmas. Vai, dorme. Dorme como fazes para te esconderes, não de ninguém; de ti. Dorme e não acordes, porque quando acordares vais cá estar e vais lembrar-te. Dorme e foge à tua existência, criatura de solidão, porque não há quem tenha o dever de te conhecer senão tu, e a ti cansa e magoa e mata. Morte por morte antes a do sono.

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